Variações do sistema imune e da resposta imune
Imunidade refere-se à capacidade de um organismo se proteger diante de agravos e antígenos considerados perigosos, e à capacidade de ser tolerante aos componentes próprios ou estranhos inócuos. Esse equilíbrio, que visa o estabelecimento da saúde de um animal, depende do bom funcionamento do sistema imunológico, que é constituído de órgãos, tecidos, células e componentes humorais.
Quando ativado, após o reconhecimento do antígeno ou de uma lesão, o sistema produz uma resposta imunológica. Faz parte de uma resposta imunológica adequada o reconhecimento do antígeno, a realização das funções efetoras dos componentes imunes, o retorno à homeostase e a construção de memória.
Didaticamente classificamos a resposta imunológica em inata e adaptativa, primária e secundária, humoral e celular, passiva e ativa.Um animal imunocompetente remete a um organismo que produz respostas necessárias e adequadas, sem causar hipersensibilidades. Quando os componentes imunológicos não estão em número ou função normal, remete-se a um cenário de imunodepressão ou imunossupressão.
Tanto o sistema quanto a resposta imunológica podem ser modulados. Essa modulação pode ser temporária ou permanente, com ação epigenética.O sistema imune possui uma comunicação direta com o sistema nervoso e sistema endócrino, portanto suas variações são relacionadas à idade, raça, sexo, ciclo circadiano, variação sazonal.
No que se refere à genética, a herdabilidade dos componentes imunológicos é na ordem de h²=0,38, o que é considerada média para baixo. O que significa que fatores externos, como microbiota ou viroses, podem modular o sistema imunológico dos animais.
A resposta imunológica será impactada considerando o ambiente e a epidemiologia do local, também a idade, recebimento de colostro e vacinas, outras medidas de biosseguridade, a nutrição (incluindo os aditivos), medidas gerais de manejo e a presença de comorbidades.
Considerando as possibilidades de variação tanto do sistema quanto da resposta imune, pode-se atuar na modulação imunológica para o benefício dos animais.
Referências
- ABBAS, A.K.; LITCHMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 11ª Ed. São Paulo – SP. Ed. Elsevier. 2023.
- BELKAID Y., HAND T. Role of the Microbiota in Immunity and inflammation. Cell. v.157, n.1, p.121–141, 2014.
- BRODIN P., DAVIS M.M. Human immune system variation. Nature Reviews Immunology. v.17, n.1, p.21–29, 2017.
- TIZARD, I.R. Imunologia Veterinária. 10ª Ed. São Paulo – SP. Ed. Elsevier. 2019.
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